Ciranda Cirandinha
Ciranda, Cirandinha vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar.
O anel que tu me deste era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas era pouco e se acabou.
Você Sabia?
Esta é uma das mais populares cantigas de roda de todo Brasil.
Em Portugal, numa versão antiga de 1879, aparece a Ciranda, adaptada aos bailes de colheitas de azeitonas. “Oh, ciranda, oh, cirandinha, vamos todos a cirandar. Apanhai baguinhos de ouro que caem das oliveiras. Apanhai apanhadeiras. (Veríssimo de Melo).
Ciranda, na antiguidade rural portuguesa, era uma roda de pano amarrada ao tronco das oliveiras; enquanto os homens avarjavam as oliveiras, as mulheres rodavam a ciranda cantando versos. (Pedro Fernandes Thomas)
"Avarjar", em português castiço, significa sacudir.
Oh Ciranda
Ó ciranda, ó cirandinha, vamos nós a cirandar.
Vamos dar a meia volta, meia volta vamos dar.
Vamos a outra meia, outra meia e troca o par.
Ó ciranda, ó ciranda, eu hei-de-ir ao teu serão
Fiar duas maçarocas, do mais fino algodão.
Ó ciranda, ó ciranda andas sempre a cirandar,
Lá no tempo da azeitona, anda a ciranda no ar.
A quer que eu vá, com ela ao seu jardim
Quer que eu vá tomar a fresca, na sombra do alecrim.
Você Sabia?
Canção de roda portuguesa numa versão atual.
Essa cantiga é das mais conhecidas e populares; chega a denominar a prática de brincar em rodas. Ela é alusiva a um costume muito antigo, ligado à colheita das azeitonas.
Ciranda origina-se da palavra árabe Cirand, que significa rodar. Na antiguidade portuguesa, a ciranda era uma roda de pano que era amarrada ao tronco da oliveira durante a colheita das azeitonas. O período de colheitas era uma festa, celebrado com alegria, muita música e dança. A ciranda era rodada pelas mulheres enquanto cantavam. Os homens avarjavam as oliveiras ou as sacudiam para que as azeitonas caíssem na roda de pano. A finalidade desse rito era evitar levar para o lagar as azeitonas maceradas, porque quando caem no chão e ferem, acidificam o azeite. Até hoje – adaptado às novas realidades – existe esse costume.
No caso dos professores, sugiro aproveitar e falar sobre os processos de colheitas, da manual até a mecanizada, das diversas culturas que temos no Brasil. Podemos também tratar da agricultura familiar, das tradições e heranças do campo. Também podemos fazer receitas com produtos locais, envolvendo a culinária local e familiar dos alunos, e assim tratar muitos conteúdos.