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Eu Fui no Tororó

Eu fui no Tororó beber água e não encontrei

Encontrei bela morena que no Tororó deixei

Aproveite minha gente que uma noite não é nada

Se não dormir agora, dormirá de madrugada

Oh, Dona Maria! Oh, Mariazinha!

Entrará na roda e ficará sozinha

Sozinha eu não fico, nem hei de ficar

Porque tenho Chico para ser meu par.

Eu Fui no Tororó -
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Você Sabia?

Essa canção apresenta uma coincidência musical com O Guarani, de Carlos Gomes - não se sabe se a canção popular provém deste artista, ou se ele se inspirou nela. Essa é uma das cantigas mais populares, e que apresenta um número enorme de variantes. Fonte: MELLO, Veríssimo de. Folclore Infantil. Apud ANDRADE, Mario de. Pequena história da música. São Paulo: Brasiliense, 1942.

Essa rodinha é cantada e dançada em todo o Brasil. Ela fala de um costume antigo do tempo dos escravos, que é a apanha da água para o abastecimento doméstico. No tempo do Brasil colônia, essa atividade era desenvolvida pelas mucamas (escravas domésticas) e pelos moleques (escravos jovens). As mucamas carregavam água em potes de cerâmica, enquanto os moleques em barricas de madeira denominadas Carochas.

Você sabe o que é um TORORÓ? Onde nasceu essa canção? Em Salvador, na Bahia, atribui-se ao Dique do Tororó, que abastecia a cidade de água no Brasil colônia; no sul do Brasil, essa canção é considerada alusiva à Guerra do Paraguai, quando os cadáveres eram jogado nos rios e a água ficava imprópria para consumo. Vamos esclarecer: TORORÓ, em Tupy Guarani, é nascente, olho d’água, portanto essa canção pode ter nascido em qualquer lugar do Brasil. Aproveite e trabalhe o dicionário Tupy Guarany que disponibilizamos para os assinantes do portal, ou as profissões dos escravos que originaram muitas profissões dos dias de hoje. Aprenda também que folclore não tem data de nascimento nem filiação. Vem da interpretação da realidade feita pelo sujeito coletivo (as classes populares).

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