(O Arco Íris – Cobra grande na mitologia indígena, deu origem a muitas lendas, sua cabeça é a lua, os olhos as estrelas, lança raios e trovão provoca chuvas fortes, se transforma em Arco Íris e acalma a tempestade).

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No princípio do mundo havia uma noite interminável, parecia que não haveria mais dia, de repente uma chuva muito forte caiu sobre a terra e choveu por muito tempo que provocou uma enorme inundação que cobriu até as montanhas.

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A Boiguaçu, ou cobra grande, foi um dos únicos animais que sobreviveu à enchente. Ela se enroscou numa árvore enorme no alto de uma montanha e ficou lá na tocaia até que as águas baixaram.

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Quando tudo voltou ao normal, as águas baixaram, a destruição era total. Boiavam corpos humanos e de animais.

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A Boiguaçu, louca de fome desceu do seu esconderijo em busca do que comer, devorava os olhos dos homens e dos animais que encontrava. Diz a lenda que homens e animais antes de morrerem guardam nos olhos a última luz que viram.

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Na medida que comia olhos, comia luz, e foi tanta luz que a Boiguaçu começou a ficar brilhante. Seu brilho era resplandecente porém frio.

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Os índios não a reconheceram, pensaram que era outro bicho e colocaram o nome de Boitatá que significa cobra-de fogo.

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A Boitatá continuava comendo e guardando a luz dos olhos de todos que engolia. E comeu, comeu, comeu até que explodiu arrebentou e morreu.

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A luz começou se espalhar por toda terra, a claridade tomou conta do mundo. Surgiram então as estrelas no céu, a luz que ficou na terra foi se juntado e formando uma imensa bola de luz e calor que foi subindo, flutuando, ganhando altura e levando para o céu o dia.

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Foi aí que voltou ter Noite e dia na Terra.

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Com a luz do dia a Boitatá renasceu, se esconde durante a chuva e quando volta o sol, sai a procura de olhos e de mais luz. Sua luz faz um rastro de estrelas e vai iluminando o mundo. Cuidado, se você encontrar de frente com a Boitatá, feche bem seus olhos, fique em silencio até ela passar.