O Gererê
Chiquinho era um ótimo menino. Ele havia perdido o pai e a mãe, por isso morava com sua velha avozinha. A avó contava-lhe histórias, dava-lhe conselhos e o ensinava a rezar. Com a ajuda dela, ele aprendeu a ler e a escrever. Lia os jornais velhos que vinham enrolando as coisinhas que compravam.
O menino havia crescido, e aos treze anos já era um homenzinho. Ele era pescador como o pai havia sido, e não deixava que nada faltasse à sua querida avó.
As histórias dos pescadores assombravam as noites de Chiquinho. Principalmente as histórias do terrível Gererê, um peixe grande e muito mau, que adora comer carne humana e também de animal!
Quando Chiquinho estava cansado e deitava-se sem rezar, lá vinha a assombração do Gererê para atormentá-lo! Lá fora, uma voz muito estranha começava a cantar:
Esconda, Chiquinho, esconda.
Esconda debaixo da cama.
Se você não se esconder,
O Gererê vai te comer.
E o pobre Chiquinho tremia, tremia, enquanto a vovozinha roncava, roncava.
Então o anjo-da-guarda, que cuidava de seu sono, abria a porta e com uma grande espada cortava a cabeça do Gererê.
Passavam-se alguns dias e o outro Gererê aparecia:
Esconda, Chiquinho, esconda.
Esconda debaixo da cama.
Se você não se esconder,
O Gererê vai te comer.
E novamente o anjo o defendia com a espada.
Chiquinho crescia, e já não temia mais as histórias do Gererê. E os Gererês foram sumindo de seus sonhos. Nas noites escuras, ele nem acordava mais, pois sabia que o seu anjo-da-guarda estava ali para protegê-lo. E as noites passavam tranquilas, em maravilhosas sinfonias:
- Ronrom...
- Renrem...
Fim.
Você Sabia?
Histórias brasileiras são mais divertidas, passam uma mensagem de leveza e gozação.